terça-feira, março 02, 2010

Doença Bipolar e o Estigma

O Estigma relacionado com a doença mental provém do medo do desconhecido, dum conjunto de falsas crenças que origina a falta de conhecimento e compreensão. Este estigma ou preconceito isola o indivíduo em relação aos outros, como se fosse uma pessoa marcada pelo diagnóstico de uma doença.
As relações sociais ficam muitas vezes prejudicadas, como se o doente fosse um ser à parte, objecto de uma discriminação rejeitante.

A discriminação contra as pessoas com doença mental pode tomar diversas formas. A mais perceptível é aquela que provém do exterior, isto é, quando o paciente é descriminado por outrém. Não tão perceptível mas, no entanto, não menos vulgar, é a descriminação que o doente faz para consigo próprio. Estes são casos mais preocupantes com que lidar pois é necessária uma interiorização do paciente de que a motivação deve partir do seu íntimo. Muitos dos doentes, com fraca auto-estima e um baixo nível de confiança em si próprios devido à sua condição patológica, acabam por nunca o reconhecer e podem mesmo ficar altamente afectados por esse complexo de inferioridade. Este é, portanto, um passo difícil de completar.

Com base nesta discriminação, aqueles que se recompuseram de uma doença mental escondem-se frequentemente atrás de um “disfarce”, de modo a manter o seu passado secreto quando, por exemplo, se candidatam a novos empregos. A necessidade de esconder resulta de um receio fundado de se ser rejeitado e desvalorizado devido à doença.


Os Media podem contribuir muito para erradicar o estigma, promovendo a compreensão e educação do grande público acerca destas doenças, mas também podem ser prejudiciais ao divulgar conceitos errados e negativos, reforçando-o em grande escala.

Alguns comediantes hoje em dia criam textos depreciativos ofendendo as pessoas que sofrem de doença mental, usando as suas incapacidades como uma fonte de humor mórbido e insalubre.
O mais importante a reter pelos representantes dos Media e pelo público em geral é que os doentes mentais são pessoas como todas as outras e deverão ser julgadas pelos seus méritos próprios, e não pela doença de que sofrem e pelo estigma a ela ligado.

Os preconceitos estigmatizantes são fruto da ignorância e de uma consciência social moralmente negativa. Tornando-nos mais atentos às doenças mentais, podemos contribuir para criar as merecidas oportunidades a estas pessoas, permitindo-lhes levar uma vida normal e um regresso à comunidade como membros produtivos, auto-confiantes e capazes de desenvolverem todo o seu potencial.

O ponto final na discriminação pode ser colocado!


Web - Bibliografia

Texto http://www.adeb.pt/sobre_adeb/publicacoes/guias/texto/estigma.htm

Imagens
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8tbVZWmSbERGVaDEPVl8qitr6XNmUlbfwKMVU39hOF3cCk-pcszx7S71jXtUK2cFoPkUIHLzX0H_JDI2KqIw_7G584M6dDLBOsraRGaOdlKXoD6Ydzi49Jin_Pn7ca3EFo52ZbSXmAac/s400/Bipolar.jpg
http://www.tvi24.iol.pt/multimedia/oratvi/multimedia/imagem/id/13113333/318
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsC1XjaHruRUg7WLb6Imc_JZtZvrJmtoIF40euEXkGWc5F_cWSv_Qil_I9P_Pi5pTyJI_SiKcsqbr1M39570aHU28mCXJCwuV_bp7yQ49gWYR82VfGnDIsBj_aaXEnnxFxop-MPbjA66vl/s320/raymond+depardon.bmp
http://whatthehealthmag.files.wordpress.com/2009/04/mental-health.jpg

Impacto Familiar da Doença Bipolar

A doença bipolar tem a particularidade de não afectar apenas o paciente mas, também, de poder afectar a sua família. Este acontecimento deve-se, maioritariamente, ao facto de que, consoante a fase da doença em que esteja, o doente influencia negativamente as pessoas que o rodeiam. Por exemplo, numa fase de mania, estando o doente mais agressivo e impulsivo, é comum dar-se um caso em que este “ataca” e ofende os familiares sempre no mesmo tom indiferente e despreocupado relativamente aos sentimentos alheios que é característico da fase eufórica. Já numa fase depressiva, o paciente tem tendências para a melancolia, a tristeza e a insatisfação geral perante a vida. Esta particular fase da doença é muito propícia à ocorrência de suicídios dando muitas vezes origem ao sofrimento familiar.

O papel da família nestes casos é extremamente importante na medida em que devem oferecer apoio emocional, tolerar o estigma, lidar com as perdas financeiras e laborais, entre muitas outras coisas que possam vir a suceder. No entanto, estas implicações são consequências com que o familiar terá de lidar ao conviver com o doente o que gera uma enorme sobrecarga tanto física como emocional.

Podemos daqui depreender que a doença bipolar também afecta negativamente a família que pode eventualmente precisar de recorrer a profissionais de saúde de forma a evitar o possível surgimento de uma condição mental. Por isso, se tiver algum familiar ou amigo com esta patologia, fica aqui a sugestão: procure também apoio se sentir necessidade!


Web - Bibliografia

Texto
http://www.adeb.pt/sobre_adeb/publicacoes/guias/texto/familia.htm

Imagens
http://www.sagradafamilia.org.br/blog-italo/wp-content/familia.jpg

segunda-feira, março 01, 2010

Papel do Médico

A maioria dos medicamentos para o tratamento da  Doença Bipolar, principalmente os utilizados para tratar a depressão, têm o efeito secundário de diminuir o desejo ou mesmo incapacitar fisiologicamente o acto sexual. Caso o doente note algum efeito secundário, deverá comunicá-lo ao médico, que poderá agir de diferentes maneiras:

- Manter a dose até que se desenvolva tolerância.
- Reduzir a dose.
- Substituir o medicamento por outro.
- Administrar outro medicamento simultaneamente para reduzir os efeitos secundários.

No entanto, actualmente, os medicamentos já não têm tantos efeitos secundários e tão fortes. Também é importante lembrar que um medicamente provoca diferentes efeitos de pessoa para pessoa ou na mesma pessoa em diferentes fases da vida. Como as pessoas vão mudando, a "depressão" também vai mudando, não é sempre a mesma: o que fez efeito na anterior pode não ter nenhum efeito na depressão actual. 


Concluindo, o importante é gerar-se um clima de franqueza, confiança e à vontade com o médico que permite uma maior facilidade de comunicação e um consequente melhor tratamento. Por outro lado, o doente deve sempre ter em mente que os anti-depressivos que lhe provocam a falta desejo estão a curar-lhe a depressão e vão fazê-lo sentir-se melhor a longo prazo: terminado o tratamento, o desejo volta.
É necessária paciência!  

Web-Bibliografia

Texto
BIPOLAR - Revista da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares nº 23 Ano V
Informações recolhidas no Colóquio "Perturbaçõs de humor e o Desejo"


Imagens
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn89zUOGnnnammJWRAl5eUqDuYWUdDTMhrC1SSz2ugCvIGek9e81e1ZFAC5WFd0Ux9RUvsmI4mEJrx97z9Xufk4LKwxWJgG-oSWGRMuJw_GHkKkM07DaKtdSz_AsL05iQN5Elr89YMjSM/s400/Gio+-+Psic%C3%B3logo+no+div%C3%A3.jpg

Perturbações sexuais no Doente Bipolar

Como sabem (ver etiqueta "sintomas e características" ), a Doença Bipolar caracteriza-se por duas fases: a fase de mania e a fase depressiva. Em cada fase o comportamento sexual do doente é completamente diferente, se não mesmo contraditório.

Na fase de Mania, em que o doente manisfesta uma intensa euforia  e sente que tem imensas energias para gastar. Assim, é frequente manter um comportamento sexual excessivo, muitas vezes não protegido e mudando com frequência de parceiros. Nesta fase, o doente sente-se optimamente (afinal, consegue fazer tudo, não é?), e não encara este comportamento sexual excessivo como patológico. No entanto, pode trazer consequências graves, não só devido às doenças sexualmente transmissíveis mas também se o doente é casado ou tem um(a) companheiro(a), em especial se este não partilhar a doença, que não consegue "acompanhar o ritmo" do parceiro. Também pode acarretar problemas se o doente for infiel, o que é muito comum nesta fase.


Na fase Depressiva é que o doente procura soluções para o seu problema, pois os sintomas são mais visíveis e encarados pelo doente como um problema/distúrbio. Nesta fase, o principal sintoma e o mais comum é a diminuição do desejo sexual, não só devido à depressão em si como também pelo efeito dos medicamentos. Nas mulheres é comum a falta de lubrificação e a anorgasmia (incapacidade de atingir o orgasmo), e, no homem, pode ocorrer a ejaculação precoce ou tardia. Por outro lado, o doente depressivo tem uma baixa-auto-estima, um dessinteresse que se alastra a todos os parametros da sua vida e um cansaço generalizado, factores que irão ter repercussões no desejo e no desempenho sexual.

É importante, ao falar-se de perturbações sexuais do doente bipolar, o impacto que estas têm no parceiro, que inúmeras vezes não consegue perceber o comportamento do companheiro, pelas infidelidades (na fase de mania) e por na fase depressiva o desejo sexual diminuir (causando um grande contraste com o que "a pessoa era"), podendo o parceiro pensar que o doente o está a trair. Para além das consequências emocionais para o companheiro do doente, também é importante não esquecer as possíveis consequências físicas, como já referi anteriormente, nomeadamente as doenças sexualmente transmissíveis: o doente não se põe apenas a ele próprio em risco ao mudar com frequência de parceiro sexual e a practicar relações sexuais desprotegidas: põe também em risco o seu companheiro e outros parceiros sexuais.

Web-Bibliografia

Texto
BIPOLAR - Revista da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares nº 23 Ano V

Informações recolhidas no Colóquio "Perturbaçõs de humor e o desejo

Imagens
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http://www.historiadomundo.com.br/imagens/Historia%20da%20Impotencia%20Sexual%20%20-%20historia%20do%20mundo.jpg
http://katrina.com.sapo.pt/bracos.jpg