segunda-feira, março 01, 2010

Perturbações sexuais no Doente Bipolar

Como sabem (ver etiqueta "sintomas e características" ), a Doença Bipolar caracteriza-se por duas fases: a fase de mania e a fase depressiva. Em cada fase o comportamento sexual do doente é completamente diferente, se não mesmo contraditório.

Na fase de Mania, em que o doente manisfesta uma intensa euforia  e sente que tem imensas energias para gastar. Assim, é frequente manter um comportamento sexual excessivo, muitas vezes não protegido e mudando com frequência de parceiros. Nesta fase, o doente sente-se optimamente (afinal, consegue fazer tudo, não é?), e não encara este comportamento sexual excessivo como patológico. No entanto, pode trazer consequências graves, não só devido às doenças sexualmente transmissíveis mas também se o doente é casado ou tem um(a) companheiro(a), em especial se este não partilhar a doença, que não consegue "acompanhar o ritmo" do parceiro. Também pode acarretar problemas se o doente for infiel, o que é muito comum nesta fase.


Na fase Depressiva é que o doente procura soluções para o seu problema, pois os sintomas são mais visíveis e encarados pelo doente como um problema/distúrbio. Nesta fase, o principal sintoma e o mais comum é a diminuição do desejo sexual, não só devido à depressão em si como também pelo efeito dos medicamentos. Nas mulheres é comum a falta de lubrificação e a anorgasmia (incapacidade de atingir o orgasmo), e, no homem, pode ocorrer a ejaculação precoce ou tardia. Por outro lado, o doente depressivo tem uma baixa-auto-estima, um dessinteresse que se alastra a todos os parametros da sua vida e um cansaço generalizado, factores que irão ter repercussões no desejo e no desempenho sexual.

É importante, ao falar-se de perturbações sexuais do doente bipolar, o impacto que estas têm no parceiro, que inúmeras vezes não consegue perceber o comportamento do companheiro, pelas infidelidades (na fase de mania) e por na fase depressiva o desejo sexual diminuir (causando um grande contraste com o que "a pessoa era"), podendo o parceiro pensar que o doente o está a trair. Para além das consequências emocionais para o companheiro do doente, também é importante não esquecer as possíveis consequências físicas, como já referi anteriormente, nomeadamente as doenças sexualmente transmissíveis: o doente não se põe apenas a ele próprio em risco ao mudar com frequência de parceiro sexual e a practicar relações sexuais desprotegidas: põe também em risco o seu companheiro e outros parceiros sexuais.

Web-Bibliografia

Texto
BIPOLAR - Revista da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares nº 23 Ano V

Informações recolhidas no Colóquio "Perturbaçõs de humor e o desejo

Imagens
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5ps-RihYSM031IwCS4hRD1sFCcorfMq6d3OnSzAYXX5BKvzSI6vwn-wmlnwKmN-347daG4HeXCcXO-coxGLU9GxbgUpK49UWESE35uWGxh1OpyPNeM7rNzt-YtNbDASgLcczv6PaB1IY/s320/beijo-701081.jpg
http://www.historiadomundo.com.br/imagens/Historia%20da%20Impotencia%20Sexual%20%20-%20historia%20do%20mundo.jpg
http://katrina.com.sapo.pt/bracos.jpg

Sem comentários:

Enviar um comentário